Rebenta na febem rebelião
Um vem com um refém e um facão
A mãe aflita grita logo: não!
E gruda as mãos na grade do portão
Aqui no caos total do cu do mundo cão
Tal a pobreza, tal a podridão
Que assim nosso destino e direção
São um enigma, uma interrogação
E se nos cabe apenas decepção,
Colapso, lapso, rapto, corrupção?
E mais desgraça, mais degradação?
Concentração, má distribuição?
Então a nossa contribuição
Não é senão canção, consolação?
Não haverá então mais solução?
Não, não, não, não, não…
Pra transcender a densa dimensão
Da mágoa imensa e tão somente então
Passar além da dor, da condição
De inferno e céu, nossa contradição
Nós temos que fazer com precisão
Entre projeto e sonho a distinção
Para sonhar enfim sem ilusão
O sonho luminoso da razão
E se nos cabe só humilhação
Impossibilidade de ascensão
Um sentimento de desilusão
E fantasias de compensação?
E é só ruína tudo em construção?
E a vasta selva só devastação?
Não haverá então mais salvação
Não, não, não, não, não…
Porque não somos só intuição
Nem só pé de chinelo, pé no chão
Nós temos violência e perversão
Mas temos o talento e a invenção
Desejos de beleza em profusão
E ideias na cabeça coração
A singeleza e a sofisticação
O choro, a bossa, o samba e o violão
Mas se nós temos planos, e eles são
O fim da fome e da difamação
Porque não pô-los logo em ação?
Tal seja agora a inauguração
Da nova nossa civilização
Tão singular igual ao nosso ão
E sejam belos, livres, luminosos
Os nossos sonhos de nação

(Lenine e Carlos Rennó)
Lenine – Voz E Violão
Tom Capone – Programação
Vulgue Tostoi: Junior Tostoi – Guitarra, Teclado E Programação
Victor Z – Baixo E Programação
Marcello H – Programação
Jongui – Bateria E Percussão
Produzido por Vulgue Tostoi, Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine, exceto faixa 13 (produzida por Lenine / co-produzida por Vulgue Tostoi, Monoaural, Andres Levin, Plinio Gomes, Marcelo Lobato, Henrique Portugal e Haroldo Ferreti)
Gravado nos estúdios Ecosom (RJ), Magic Shop (NY), Fun Machine (NY), Jimo (RJ), Fábrica (PE), Laboratório Vulgue Tostoi (RJ), Monoaural (RJ), Ferreti e Nosso Som (BH)
Assistentes Ben Bailes – Magic Shop (RJ) e Paulo Carvalho – Ecosom (RJ)
Mixado na Toca do Bandido por Álvaro Alencar e Tom Capone
Assistente Tomás Baptista
Masterizado no Magic Master por Ricardo Garcia. Assistente Mauro Bianchi
Direção executiva – Márcia Dias
Produção – Valéria Martins
Produção de base – Luciana Campos
Equipe de produção – Ana Paula Barcelos e Vladimir Araújo
Capa – Hugo Prata / Fotos Adriano Goldman e Hugo Prata / Projeto gráfico Didiana Prata / Foto Capa Jim Brandenburg (stock photos) / Style Karina Ades / Arte-final Anita Cortizas / Figurino Akira Produções / Maquiagem Anderson Clarindo / Manipulação de imagens Lêka Coutinho / Coordenação gráfica Rosangela Almeida e Emil Ferreira.

Sonhei
E fui
Sinais de sim
Amor sem fim
Céu de capim
E eu olhando a vida olhar pra mim
Sonhei
E fui
Mar de cristal
Sol, água e sal
Meu ancestral
E eu tão singular me vi plural
Sonhei
E fui
Num sonho a toa
Uma leoa
Água de goa
E eu rogando ao tempo me perdoa
Sonhei
Pra mim
Tanta paixão
De grão em grão
Verso e canção
E eu tentando nunca ouvir em vão…
Sonhei
Senti
Sol na lagoa
Céu de Lisboa
Nuvem que voa
Num país maior que uma pessoa…
Sonhei
E vim:
Mares de Espanha,
Terras estranhas,
Lendas tamanhas,
E eu subi sorrindo esta montanha…
Sonhei
Enfim
E vejo agora
Brilho de aurora
Mundos lá fora
E eu cantando adeus e indo embora…

(Lenine, Ivan Santos e Bráulio Tavares)
Lenine – Voz E Violões
Harold Emert – Oboé
Monoaural: Kassin E Berna Ceppas – Programação, Baixo, Teclados E Efeitos
Produzido por Kassin, Berna Ceppas, Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Umbigo meu nome é umbigo
Gosto muito de conversar comigo
Umbigo meu nome é espelho
Não dou ouvidos nem peço conselhos
Umbigo meu nome é certeza
Só é real o que convém a realeza
Umbigo meu nome é verdade
Sou o dono do mundo e o rei da cidade
Umbigo meu nome é umbigo…
Umbigo meu nome é umbigo
Eu sou mais eu! Dê cá um close no narciso
Umbigo meu nome é umbigo
Me peça tudo, só não peça para ter juízo
Umbigo meu nome é umbigo
Não sei de nada além de mim: o amor é cego
Umbigo meu nome é umbigo
Vivo na sombra e água fresca do meu ego
Eu vou andando, e quem quiser que acerte o passo
Faça o que eu digo, e eu me concentro no que faço
Se um dia o mundo pegar fogo eu salto antes
E dou adeus a seis bilhões de figurantes
Umbigo meu nome é umbigo
Quem está contra mim também está comigo
Umbigo meu nome é guru
Eu caí do céu pra mandar em tu
Umbigo meu nome é umbigo
O mundo perde o freio, e eu nem ligo
Comigo só não vai quem já morreu
Umbigo meu nome sou eu
Ego! My name is me!
The world is just the things that I can see!
Ego! My name is I!
The limit of my planet is the sky!
Don’t talk to me! I have no time to spare!
You may be right or wrong, I don’t care!
I am the navel of the world, I’m number one!
I have no time for being nice, I’m having fun!
I’ve got a mirror on the wall who says I’m fine!
If you have come to me to praise me, stand in line!
I never give a damn to what you think!
For me, you’ll always be a missing link!
The only truth I ever hear is just an echo!
My name is I! My name is ego!

(Lenine e Bráulio Tavares)
Lenine – Voz E Violão
Ani Difranco – Voz
Will Calhoun – Ambient Love Drum Kit
Júnior Tostoi – Teclado E Programação
Eumir Deodato – Hammond B-3 E Piano Elétrico
Tom Capone – Baixo E Dub
Dj Neck – Vinil – “Aprendendo A Cuidar Do Seu Bebê” – 1976 (Dr. Rinaldo Delamare)
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Ah! Lavadeira do rio
Muito lençol pra lavar
Fica faltando uma saia
Quando o sabão se acabar
Mas corra pra beira da praia
Veja a espuma brilhar
Ouça o barulho bravio
Das ondas que batem na beira do mar
Ê, ô, o vento soprou
Ê, ô, a folha caiu
Ê, ô, cadê meu amor
Que a noite chegou fazendo frio
Ô, Rita tu sai da janela
Deixe esse moço passar
Quem não é rica, e é bela
Não pode se descuidar
Ô Rita tu sai da janela
Que as moça desse lugar
Nem se demora donzela
Nem se destina a casar
Ê, ô, o vento soprou…

(Lenine e Bráulio Tavares)
Lenine – Voz
Henrique Portugal – Teclado
Haroldo Ferretti – Bateria E Programação
Lelo Zaneti – Baixo
Rogério Delayon – Dobro, Guitarra E Violão
Velha Guarda Da Mangueira – Coro
Produzido por Henrique Portugal, Haroldo Ferretti, Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Rússia brazuca
Brasa sivuca
Baiões na neve
Acordeonde
Terras do longe
Sertões kiev
Caymminino
Singra sozinho
O alto mar negro
E os pescadores
Versejadores
Ouvem arpejos
Arpões não ferem
Lapões não querem
Mais ventania
Param no porto
Cantam em coro
Sua baía
O resultado
Não poderia
Ser diferente
Todo ligado
Luz, sinergia
Canções da gente
Gente dispersa
Gente diversa
Almas parentes
Rumos incertos
Perto, por certo
Seres viventes
O mar de vagas
Invade o volga
E enquanto isso
Faz-se a enchente
E o encantamento
Joga o caniço
Isso ou aquilo
Tudo é o mesmo
Muda é o estilo
Uiva a raposa
Canta a cigarra
Rebate o grilo
Muda é o estilo
Tudo é o mesmo
Isso ou aquilo
rebate a raposa
uiva a cigarra
Canta o grilo

(Lenine e Sérgio Natureza)
Lenine – voz e violão
Mauro Manzoli – montagem
com “pagode russo” (Luiz Gonzaga/João Silva), interpretada por Lenine e Frejat, editada por bmg mus. pub Brasil. Frejat, artista gentilmente cedido por Warner Music. Fonograma gentilmente cedido por Universal Music/”Efeito Samba” (Zé Miguel Wisnick/Vadim Nikitin), interpretada por Zé Miguel Wisnick e Jussara Silveira, direto. Fonograma gentilmente cedido por Maianga Produções e Promoções /”Gathering grass” (Inna Zhelannaya), “Fly” (Sergey Kalachev/ Eduard Vokhmyanin) e “Keep Silent” (Inna Zhelannaya), interpretadas pelo grupo Farlanders, editada por Real World Works (emi). Fonogramas gentilmente cedidos por Green Wave Records
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Hoje eu encontrei a lua
Antes dela me encontrar
Me lancei pelas estrelas
E brilhei no seu lugar
Derramei minha saudade
E a cidade se acendeu
Por descuido ou por maldade
Você não apareceu
Hoje eu acordei o dia
Antes dele te acordar
Fui a luz da estrela guia
Pra poder te iluminar
Derramei minha saudade
E a cidade escureceu
Desabei na tempestade
Por um beijo seu
Nem a lua, nem o sol, nem eu
Quem podia imaginar
Que o amor fosse um delírio seu
E o meu fosse acreditar
Hoje o sol não quis o dia
Nem a noite o luar

(Lenine e Dudu Falcão)
Lenine – Voz E Violão
Steve Turre – Conchas E Trombone
Will Calhoun – Wave Drum
Xandão – Guitarra
Plínio Gomes – Sampler
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Bate tantã, tambor
Bate pé no andor
Vamos bater perna
Vamos botar mais fé
É ou então não é
Que a vida é eterna
Vamos batê cabeça
Mexer cabeça
Sonar no oco do babaçu
Luz pra quem bebe auasca
Quem masca coca
Quem bebe e masca em matchu pitchu
Vez pra quem sofre e chora
Quem tá na escória
Quem tá por fora e dentro do iglu
Som no tarol, na caixa
Sensor da malta caribantu

(Lenine e Sérgio Natureza)
Lenine – Voz
Cambaio (A Pós-Coisa): Alice Gomes – Abê
Ana Madalena – Alfaia
Beto Marden – Tarol
Bruno Buarque – Caixa, Alfaia, Ganzá De Platinela E Gonguê
Carolina Belo – Abê
Chico Simão – Alfaia E Djembé
Daniel Del Sarto – Caracaxá
Denis Duarte – Dun-Dun
Dj Kabça – Gonguê
Fábio Laggo – Caracaxá
Fábio Ventura – Mineiro
Isabel Lobo – Alfaia
João Simão – Alfaia
Juliana Medella – Djembé
Luciana Orsi – Alfaia, Mineiro E Djembé
Mário Martinelli – Caixa
Coro da Velha Guarda da Mangueira: Alarico De Oliveira Filho, Ary Jorge da Silva, Erival aa Silva, Joaquim Francisco Dos Santos, José Dos Santos Francisco Siqueira, José Siqueira de Alcântara, Josimar Monteiro dos Santos, Jurandir Pereira da Silva, Miguel Grijo Neves, Norimar Maria Dos Santos, Pedro Paulo Severino, Sônia Maria dos Santos, Zélia Lima Coutinho e Zenith Diniz Luzia
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

No sub-imundo mundo, sub-humano
Aos montes, sob as pontes, sob o sol
Sem ar, sem horizonte, no infortúnio
Sem luz no fim do túnel, sem farol
Sem-terra se transformam em sem-teto
Pivetes logo se tornam pixotes
Meninas, mini-xotas, mini-putas
De pequeninas tetas nos decotes
Quem vai pagar a conta?
Quem vai lavar a cruz?
O ultimo a sair do breu, acende a luz
No topo da pirâmide, tirânica
Estúpida, tapada minoria
Cultiva viva como a uma flor
A vespa vesga da mesquinharia
Na civilização eis a barbárie
É a penúria que se pronuncia
Com sua boca oca, sua cárie
Ou sua raiva e sua revelia
Quem vai pagar a conta?
Quem vai lavar a cruz?
O último a sair do breu, acende a luz
O que prometeu não cumpriu
O fogo apagou
A luz extinguiu

(Lenine e Carlos Rennó)
Lenine – Voz e Violões
Marcelo Lobato – Bateria, Teclados, Theremin e Vibrafone
Tom Capone – Baixo eProgramação
Produzido por Marcelo Lobato, Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Solidão
O silêncio das estrelas
A ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus, e amanheço mortal
E assim
Repetindo os mesmos erros
Dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal
Um sinal
Uma porta pro infinito
O irreal
O que não pode ser dito
Afinal
Ser um homem em busca de mais
Afinal
Como estrelas que brilham em paz

(Lenine e Dudu Falcão)
Lenine – Voz e Violão
Tom Capone – Baixo e Programação
Mauro Manzoli – Programação e Montagem
Regis Gizavo – Sanfona
Fernandes e Tom Capone – Arranjo De Cordas
Glauco Fernandes (Spalla), Léo Ortiz, Rogério Rosa, Ivan Quintana, Paula Prates, Erasmos Fernandres, Vera Kingkade, Milena Baynova e Carla Rincon – Violinos
Jairo Diniz e Isabela Passaroto – Violas
Zamith e Eleonora Forttinato – Violoncelos
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Ninguém me contou
Foi meu mano que viu na marujada
Meu amor botou
O meu nome no pano da jangada
O meu carretel de linha
Tá guardado na gaveta
Venho lá de alagoinha
linha branca e linha preta
Vou vestida de rainha
De sombrinha violeta
Para ser a pastorinha
Lá da nau catarineta
Meu marujo carapinha
Vai de sabre e baioneta
De uma farda que ele tinha
De capitão de corveta
Ela sai no vassourinha
No bumba toca corneta
Mete o pau na bacurinha
Do pastoril do faceta

(Lenine e Paulo César Pinheiro)
Lenine – Voz e Pés
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

O verbo saiu com os amigos
Pra bater um papo na esquina,
A verba pagava as despesas,
Porque ela era tudo o que ele tinha.
O verbo não soube explicar depois,
Porque foi que a verba sumiu.
Nos braços de outras palavras
O verbo afogou sua mágoa, e dormiu.
O verbo gastou saliva,
De tanto falar para o nada.
A verba era fria e calada,
Mas ele sabia, lhe dava valor.
O verbo tentou se matar em silêncio,
E depois quando a verba chegou,
Era tarde demais
O cadáver jazia,
A verba caiu aos seus pés a chorar
Lágrimas de hipocrisia.
Rosebud
Dolores e dólares

(Lenine e Lula Queiroga)
Lenine – Voz e Violão
Plínio Gomes – Baixo Sinth, Programação e Sampler
Yerba Buena: Xiomara Laugart – Voz
Descemer Bueno – Baixo e Voz
Horácio “El Negro” Hernandez – Bateria e Percussão
Brian Lynch – Trompete
Andres Levin – Programação
Produzido por Andres Levin, Plínio Gomes, Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Quando você triscou por mim,
O aroma,
Me despertou de um estado de coma.
Quando você partiu pra mim,
O embaraço,
Deu ferrugem nos meus nervos de aço
Meus olhos de raio x cegaram de medo
Pois tua alma é de chumbo e segredo
Quando você ciscou por mim,
Indecisa,
Eu fui a razão do riso da mona lisa
Quando você sorriu para mim,
Um beijo,
Na hora H, foi como detonar, a bomba do meu desejo
Meus olhos de raio X cegaram de medo
Pois tua alma é de chumbo e segredo

(Lenine)
Lenine – Voz e Violão
Juliano Zanoni – Caixa-De-Guerra
Tom Capone – Guitarra
Living Color: Corey Glover – Voz
Will Calhoun – Ambient Love Drum Kit
Doug Wimbish – Baixo
Vernon Reid – Guitarra
Citação “A Banda Do Zé Pretinho” (Jorge Ben) – Sigem
Produzido por Tom Capone, Mauro Manzoli e Lenine

Belas
Singelas
Donzelas
Sem elas o mundo não vai para lugar nenhum
Santas
Rainhas
Meninas
Com elas o mundo aprendeu a girar
Do mistério à criação
Do desejo à compaixão
Elas…agora é que são elas
Cinderela
Rapunzel
A tinta que dá sentido ao papel
O pincel, aquarela
E a mão que assina a pintura na tela
Loucas varridas
Mimadas
Sem elas o mundo é sem rumo e sem direção
Lindas, espertas
Dengosas
Pancadas de chuva sem previsão
Do mistério à criação
Do desejo à compaixão
Elas…agora é que são elas
Cinderela, rapunzel
A tinta que dá sentido ao papel
O pincel, aquarela
E a mão que assina a pintura na tela
Manas, insanas, ciganas
Sem elas o nosso pecado não tem perdão
Divas, benditas
Sagradas barrigas gerando a multiplicação
Cinderela…

(Lenine e Dudu Falcão)
Lenine – Voz e Violão
Júnior Tostoi – Guitarra
Marcelo Mariano – Baixo
Denilson Campos – Gravação e Mixagem
Felipe Falcão – Edição e Co-Produção
Ricardo Garcia – Masterização – Magic Master
Estúdios – Gorila Mix e Ponto Flutuante
Produzido por Lenine