Escrito por Steven Consolador | Domingo, 21 de novembro de 2021
Durante esses tempos, o Music Meeting teve que cancelar seu festival ao ar livre no Pentecostes duas vezes. Isso deu a eles a oportunidade de lançar a plataforma de música digital All Ears, um lindo site onde você pode descobrir novos artistas com pequenas apresentações e entrevistas e que está em constante preenchimento. Mas a verdadeira experiência musical é melhor alcançada com música ao vivo. E é por isso que o Music Meeting está organizando três shows no LUX esta semana. O pontapé inicial veio da dupla ocasional Lenine e Martin Fondse. Um show que trouxe boas lembranças para mim na corrida até 22 anos atrás.
Existem aqueles shows que te emocionam tanto que ficam com você para o resto da vida. Era uma sexta-feira, 5 de novembro de 1999, o primeiro dia do Music Meeting, pouco depois da meia-noite no Nederrijnzaal de Stadsschouwburg. O show de encerramento daquela noite: um cantor-violonista brasileiro que eu desconhecia, Lenine, descrito como ‘o gênio brasileiro que cria um novo universo musical’. A partir do momento em que ele abriu a garganta, fiquei completamente pasmo. Que voz! Que poder! Os CDs O dia em que faremos contato e Na pressão, com os quais Lenine acabara de estrear internacionalmente, logo estavam no meu armário e tocavam cinza.
Em 2013, Sophie Blussé, agora gerente de negócios Music Meeting, se chama Wim Westerveld; que pensou se não seria interessante trazer Lenine para a Holanda e associá-lo a um artista holandês. Wim sabia que o pianista, compositor e arranjador Martin Fondse era um amante do Brasil e um grande fã de Lenine. Isso resultou em uma colaboração única sob o nome de The Bridge, na qual Fondse fez novos arranjos para a música de Lenine. Depois de uma estreia no Music Meeting no parque com a banda de Fondse, eles viajaram pelo mundo. Este foi o início de uma amizade duradoura entre os dois.
Dois anos atrás, Fondse e Lenine decidiram começar a trabalhar juntos novamente. Seria um projeto de duo sem banda, com o nome de The Bridge II . A Corona jogou uma chave inglesa no trabalho, então ela só conseguiu realmente decolar este ano. E onde mais poderia acontecer o pontapé inicial da curta turnê do que em Nijmegen, sob os auspícios do Music Meeting. Durante o show no LUX, Sophien e Wim foram expressamente agradecidos por juntar os dois, oito anos antes.
Em The Bridge II , a música de Lenine é reduzida ao osso. Onde sua música de Lenine tem força com batidas sólidas, guitarras elétricas e impregnada de rock e samba, o Fondse, recentemente estabelecido como Compositor Laureate, reduziu os arranjos a violão e piano puramente. A iluminação do palco em LUX foi reduzida ao nível de uma boate para enfatizar ainda mais a atmosfera íntima.
Tocam principalmente músicas dos dois CDs citados, como Hoje eu quero sair só, O dia em que faremos contato e Jack Soul Brasileiro, complementadas com obras mais recentes como O universo na cabeça do alfinete. Guitarra, piano, ocasionalmente intercalados com melódica, e a voz ainda ótima de Lenine, oferece uma noite encantadora, com o público completamente em êxtase. A música assumiu uma nova dimensão maravilhosa. No meio do caminho, também somos presenteados com uma composição do próprio Fondse, Maria, uma bela ode à sua mãe.
Os dois músicos se divertem visivelmente e levam um ao outro a grandes alturas. Após cada música, há, com razão, um aplauso estrondoso. O fato de parte do público ser formada por fãs brasileiros é um presente para os artistas: várias músicas são cantadas espontaneamente junto.
Mais uma vez, será uma noite inesquecível por muito, muito tempo. Estou encantado de novo, mas desta vez por uma brisa suave e agradável. A única desvantagem é que não há tempo para conversar. Devido às medidas, não podemos tomar uma bebida, mas temos que sair do prédio o mais rápido possível. Que pena, eu gostaria de ter tomado uma cerveja com Martin e Lenine.
O que a noite também deixa claro para mim é que um concerto do Music Meeting como este prospera melhor em um ambiente íntimo, como em uma sala de concertos. No festival do Park Brakkenstein, tenho a ideia de que a música se evapora mais, literal e figurativamente. Também porque os visitantes podem pular mais facilmente de um desempenho para outro. Porque eles não parecem se importar ou porque querem sentar na frente no próximo show. Por que não voltar para dentro, para o teatro?
Se você ainda quiser ver Lenine e Martin Fondse, você pode ir ao Tivoli Vredenburg nesta quinta-feira, 25 de novembro. Não deixe de ir! Porque antes que você perceba, vai se passar oito anos antes que eles estejam de volta ao palco juntos.