Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Esse lugar é uma maravilha.
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
A ponte não é de concreto.
Não é de ferro, não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar.
A ponte é somente atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento.
A ponte nem tem que sair do lugar.
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço de mar com a mão da maré.
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
Nagô… Nagô… Na Golden Gate
Entreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Atrás do retrato-postal
Fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
Minha voz na voz da América
Cantei-te
Amei-te

(Lenine e Lula Queiroga)
Lenine – Voz E Violão
Chico Neves – Baixo, Efeitos, Programação E Edição
Liminha – Baixo
Caju E Castanha – Côco De Cá
The Fabulous Trobadours – Côco De Lá
Como toda pessoa é uma porta, cada canção é uma ponte de cordas de nylon, que só tem sentido se houver um outro lado. Quando a Europa ia para os Fabulous Trobadours, o nordeste já vinha do Caju e da Castanha. A corrente elétrica da cultura é sempre em mão-dupla: tudo que vai vem: tudo que toca é tocado também.

Lançado em 1997
Produzido por Chico Neves
Co-produzido por Lenine
Direção Musical: Lenine
Arranjos: Lenine, Chico Neves e Suzano
Gravado por Chico Neves no Estúdio 302 (Rio de Janeiro)
Mixado no Real World Studios por Ben Findlay
Assistente de Mixagem: Emma Jones
Masterizado no “Metropolis” (Londres) por Tony Cousins
Transcrição: Marcio Gama (Estudio Mega)
Gravações adicionais: Denilson Campos, Suzano e Ben Findlay
Produção executiva: Marcelo Bueno
Capa e projeto gráfico: Barrão e Fernanda Villa-Lobos
Textos: Braulio Tavares
Fotos Lenine: Flavio Colker
Ilustração da capa extraída do livro “O Homem Eterno” da Série Futurama, gentilmente cedido pela Ediouro

Se você quer me seguir
Não é seguro.
Você não quer me trancar
Num quarto escuro.
Às vezes parece até que a gente deu um nó.
Hoje eu quero sair só…
Você não vai me acertar
À queima-roupa.
Vem cá, me deixa fugir.
Me beija a boca.
Às vezes parece até que a gente deu um nó.
Hoje eu quero sair só…
…Não demora eu tô de volta…
Tchau!
Vai ver se eu estou lá na esquina,
Devo estar
Tchau!
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
Tchau!
A lua me chama,
Eu tenho que ir pra rua.

(Lenine, Mu Chebabi e Caxa Aragão)
Lenine – Voz, Violão E Banjo
Suzano – Pandeiro E Zabumba
Chico Neves – Baixo, Programação E Edição
Liminha – Baixo
Barone – Bateria
Fernando Vidal – Guitarra
Homem solteiro é lobo solitário: a neve não cai no chão onde ele passa. Ninguém pegue no meu pé, nem pise na minha pegada! Homem sozinho à noite é caçador e caça, fica uma trilha de desejos e assombros por onde passamos, eu e minha sombra…

Lá no sertão cabra macho não ajoelha.
Nem faz parelha com quem é de traição,
Puxa o facão, risca o chão que sai centelha,
Porque tem vez que só mesmo a lei do cão.
É Lamp, é Lamp, é Lamp…
É lampião
Meu candeeiro encantado…
Enquanto a faca não sai toda vermelha,
A cabroeira não dá sossego não,
Revira bucho, estripa corno, corta orelha,
Que nem já fez Virgulino, o Capitão.
É lamp…
Já foi-se o tempo do fuzil papo amarelo,
pra se bater com o poder lá do sertão,
mas lampião disse que contra o flagelo,
tem que lutar de parabelo na mão.
É Lamp…
Falta o cristão
prender com São Francisco.
Falta tratar
O Nordeste como o Sul.
Falta outra vez
Lampião, Trovão, Corisco
Falta feijão
Invés de mandacaru, falei?
Falta a nação
Acender seu candeeiro
Faltam chegar
Mais gonzagas lá de Exú
Falta o Brasil
De Jackson do Pandeiro,
Maculelê, Carimbó,
Maracatu.
É lamp…

(Lenine e Paulo C Pinheiro)
Lenine – Voz E Violão
Suzano – Pandeiro, Berimbau, Triângulo E Reco De Mola
Chico Neves – Efeitos, Programação E Edição
Barrão – Guitarra Chelpa
Liminha – Baixo
Othon Bastos – Corisco, Voz Retirada Do Filme “Deus E O Diabo Na Terra Do Sol” De Glauber Rocha
Era Deus na rua, no meio do redemoinho, girado em torno do Diabo como a Terra gira em redor do Sol. Era Virgolino desarrumando as veredas mortas do arrumado, até morrer com uma faca na mão e uma bala na cabeça.

É o camaleão
Diante do arco-íris
Lambuzando de cores
Os olhos da multidão.
É como um caldeirão
Misturando ritos e raças
É a missa da miscigenação.
Um mameluco maluco
Um mulato muito louco
Moreno com cafuzo
Sarará com caboclo
Um preto no branco
E um sorriso amarelo banguelo
Galego com crioulo
Nissei com pixaim
Curiboca com louro
Caburé com curumim
É o camaleão e as cores do arco-íris
Na maior muvuca
Ô… Etnia caduca!

(Lenine)
Lenine – Voz E Violão
Suzano – Pandeiro, Cowbell, Surdo, Tamborim E Língua
Chico Neves – Efeitos, Programação E Edição
Liminha – Baixos
A dobra é a dobra. O clone da cópia. O xerox da amostra. A versão-beta da mutação. O que seria da genética, se começasse a ficar tão promíscua quanto a estética? De que cor fica o camaleão quando se aproxima do espelho?

Somos
Somente
A fotografia.
Dois navegantes
Perdidos no cais.
Distantes demais.
Somos
Instantes
Palavra, poesia.
Dois delirantes
Ficando reais.
Distantes demais.
Noites de sol,
Loucos de amar.
Quem poderia nos alcançar.
Eu e você,
Sem perceber,
Fomos ficando iguais.
Longe.
Distantes demais.

(Lenine e Dudu Falcão)
Lenine – Voz E Violão
Toninho Ferraguti – Acordeon
Por onde vagueiam as mentes dos amantes, enquanto seus corpos valsam através um do outro? Existe alguma ponte para eles em algum lugar do passado? Quem sabe, num 18 de Orlando Silva ou num 3×4 esquecido na carteira.

A nave quando desceu, desceu no morro.
Ficou da meia-noite ao meio-dia.
Saiu, deixou uma gente,
Tão igual e diferente,
Falava e todo mundo entendia.
Os homens se perguntaram,
Por que não desembarcaram
Em São Paulo, em Brasília ou em Natal.
Vieram pedir socorro,
Pois quem mora lá no morro,
Vive perto do espaço sideral.
Pois em toda a Via Láctea,
Não existe um só planeta
Igual a esse daqui.
A galáxia tá em guerra,
Paz só existe na terra,
A paz começou aqui…
Sete artes e dez mandamentos,
Só tem aqui…
Cinco sentidos, terra, mar, firmamento,
Só tem aqui…
Essa coisa de riso e de festa,
Só tem aqui…
Baticum ziriguidum, dois mil e um,
Só tem aqui…
A nave estremeceu, subiu de novo,
Deixou um rastro de luz no meio-dia
Entrou de volta nas trevas,
Foi buscar futuras levas
Pra conhecer o amor e a alegria.
A nave quando desceu, desceu no morro,
Cheia de “ET” vestido de orixá.
Vieram pedir socorro,
E se derem vez ao morro
Todo o universo vai sambar.
Pois em toda a Via Láctea
Não existe um só planeta…
…Baticum, ziriguidum, dois mil e um.
Só tem aqui…

(Lenine e Bráulio Tavares)
Lenine – Voz E Violão
Suzano – Pandeiros
Chico Neves – Efeitos, Programação E Edição
Liminha – Baixo
Pedro Sá – Guitarra E Ruído De Fundo
Fernando Pinto na Light & Magic: Spielberg na Marques de Sapucaí. Em cada Rocinha um espaçoporto, pois só mesmo os americanos imaginam que eles vão descer em frente á Casa Branca.

Eu não alimento nada duvidoso
Eu não dou de comer a cachorro raivoso
Eu não morro de raiva
Eu não mordo no nervo dormente
Eu posso até não achar o seu coração
E talvez esquecer o porquê da missão
Que me faz nessa hora aqui presente
E se a minha balada na hora H
Atirar para o alvo cegamente
Ela é pontiaguda
Ela tem direção
Ela fere rente
Ela é surda, ela é muda
A minha bala, ela fere rente
Eu não alimento nenhuma ilusão
Eu não sou como o meu semelhante
Eu não quero entender
Não preciso entender sua mente
Sou somente uma alma em tentação
Em rota de colisão
Deslocada, estranha e aqui presente
E se a minha balada na hora então
Errar o alvo na minha frente
Ela é cega, ela é burra
Ela é explosão
Ela fere rente
Ela vai, ela fica
A minha bala, ela fere rente

(Lenine, Lula Queiroga e Chico Neves)
Lenine – Vozes E Violão
Suzano – Pandeiro E Pandeirão
Chico Neves – Efeitos, Baixo, Programação E Edição
Liminha – Baixo
Carlos Malta – Pifes
Midnight Samurai nos desfiladeiros de neón, ou cangaceiro futurista num blusão de couro negro. Uma seta no alvo, um tiro noir, o guerreiro-poeta cruza a Lapa selvagem do apocalipse.

Era um delírio danado
De queimar as pestanas dos olhos.
Um tremor batendo no peito
E esse adeus, que tem gosto de terra.
Ah! Meu amor !
Não se entregue sem mim
Ah ! Meu amor !
Eu só quero voar

(Zé Rocha)
Lenine – Voz
Um aboio para trazer de volta ao curral as paixões que se desgarram, os amores que perderam o rumo da cacimba, os desejos que ainda não caminham com as próprias pernas.

A curiosidade de saber,
O que me prende? O que me paralisa?
Serão dois olhos negros como os teus,
Que me farão cruzar a divisa?
É como se eu fosse prum Vietnã,
Lutar por algo que não será meu.
A curiosidade de saber, quem é você?
Dois olhos negros…
Queria ter coragem de te falar,
Mas qual seria o idioma?
Congelado em meu próprio frio,
Um pobre coração em chamas.
É como se eu fosse um colegial,
Diante da equação, o quadro, o giz,
A curiosidade do aprendiz,
Diante de você…|
Dois olhos negros…
O ocultismo, o vampirismo, o voodoo,
O ritual, a dança da chuva,
A ponta do alfinete, o corpo nu,
Os vários olhos da medusa.
É como se estivéssemos ali,
Durante os séculos fazendo amor,
É como se a vida terminasse ali,
No fim do corredor…
Dois olhos negros…

(Lula Queiroga)
Lenine – Voz E Violão
Suzano – Zabumba, Pandeiro, Caixa, Derbak, Reco De Mola E Chocalho
Chico Neves – Baixo, Programação E Edição
Liminha – Baixo
Fernando Vidal – Guitarra
Jovi – Barrica
Sob os arcos de um velho aqueduto de um império extinto, reúnem-se para um Sabá as sacerdotisas e os guerreiros da Falange Canibal. Só se escapa de uma paixão bebendo-a até o fim: então, quem teve medo de deitar-se despido naquele altar dos sacrifícios, ou de subir sozinho naquele palco?

Pelos auto-falantes do universo
Vou louvar-vos aqui na minha loa
Um trabalho que fiz noutro planeta
Onde nave flutua e disco voa:
Fiz meu marco no solo marciano
Num deserto vermelho e sem garoa
Este marco que eu fiz é fortaleza
Elevando ao quadrado Gibraltar!
Torreão, levadiça, raio-laser
E um sistema internet de radar:
Não tem sonda nem nave tripulada
Que consiga descer nem decolar.
Construí o meu marco na certeza
Que ninguém, cibernético ou humano
Poderia romper as minhas guardas
Nem achar qualquer falha no meu plano
Ficam todos em fobos ou em Deimos
Contemplando o meu marco marciano
O meu marco tem rosto de pessoa
Tem ruínas de ruas e cidades
Tem muralhas, pirâmides e restos
De culturas, demônios, divindades:
A história de Marte soterrada
Pelo efêmero pó das tempestades.
Construí o meu marco gigantesco
Num planalto cercado por montanhas
Precipícios gelados e falésias
Projetando no ar formas estranhas
Como os muros Ciclópicos de Tebas
E as fatais cordilheiras da Espanha.
Bem na praça central, um monumento
Embeleza o meu marco marciano:
Um granito em enigma recortado
Pelos rudes martelos de vulcano:
Uma esfinge em perfil contra o poente
Guardiã imortal do meu arcano.

(Lenine e Bráulio Tavares)
Lenine – Voz E Viola De 10
Uma parceria telepática entre o cordel de Joaquim Francisco Santana, a viola de Azulão e a FC de Fausto Cunha. Os martelos febris de deus-da-guerra percutindo as sextilhas ferro-em-brasa Teorema de Pitágoras no deserto, macacos acendendo fogueiras sobre um rosto-monolito em Cydonia.

Ô Nega, que baque é esse?
Chegou pra me baquear.
Nega, tu não se avexe,
Meu corpo remexe
Sem se perguntar: por quê?
Nega que baque é esse?
Ninguém pode me ajudar
Só mesmo com você
Quero ver o baque da vida virar
O verão chegou,
O sol já saiu
Pra tirar teu mofo
E o maracatu passou
Já com o bombo batendo fofo.
Só quem vai atrás
É capaz de entender
Toda essa magia
A nega dançando,
E a negada babando na fantasia.

(Lenine)
Lenine – Vozes e Violão
Suzano – Zabumba, Caixa, Pandeiro, Surdo E Guizo
Chico Neves – Baixo, Programação E Edição
Carlos Malta – Saxes Soprano, Tenor E Barítono
Barrão – Guitarra Chelpa
É o baque dos Blacks? É o breque dos batuques? É o bebop dos grunges, ou groove dos caboclos? São os bombos de fabricação caseira fazendo saltar a agulha do sismógrafo. Esse é o techno do martelo tombador: esse é o tombo do high-tech popular.

.1 Voltei Recife
(Luis Bandeira)
Voltei recife .
Foi a saudade que trouxe pelo braço
Quero ver novamente vassouras na rua abafando
Tomar umas e outras e cair no passo

.2 Frevo Ciranda
(Capiba)
Eu fui na Praia do Janga
Pra ver a ciranda
E o seu cirandar
O mar estava tão belo
E um peixe amarelo
Eu vi navegar
Não era peixe, não era
Era Iemanjá, rainha
dançando a crianda, ciranda …
No meio do mar…

.3 Sol E Chuva
(Alceu Valença)
Não, não posso mais
Brincar de sol e chuva com você.
Para o seu dedo
Eu tenho um dedal
Pro seu conselho
Cara de pau
Eu tenho dezembro .
E tenho janeiro,
E se não me engano ,
Tenho fevereiro
Se essa vida é um desmantelo
Me mate que eu sou muito vivo…

.4 Rios, Pontes e Overdrives
(Chico Science / Fred Zero Quatro)
Rios , pontes e overdrives
Impressionantes estruturas de lama
Mangue …

(Diversos)
.1 Voltei Recife
(Luis Bandeira)
.2 Frevo Ciranda
(Capiba)
.3 Sol e Chuva
(Alceu Valença)
.4 Rios Pontes e Overdrives
(Chico Science e Fred Zero Quatro)

Lenine – Voz e Violão
Suzano – Pandeiro
Ai que saudade eu tenho do meu Recife. Quem quer que pule o frevo, nunca mais pode parar. Quem não escutou o urro do Leão do Norte, que ouça o tremor-de-terra dos caranguejos do Mangue. Olinda… quero cantar! A ti. Esta canção.

Chegou, chegou…
A nossa tribo é o tambor que acorda o carnaval.
Bebeu, sorriu, cantou…
E organizou o cartel do alto-astral.
Você que nada e não morre na praia
Você que é da gandaia, me diz
Você que é do prazer
Abra seus olhos pra ver
O lado iluminado do país
O Rio de Janeiro continua rindo
É fevereiro e o Suvaco tá na rua
Até o Cristo lá do alto vem seguindo.
Abraçando o sol, até beijar a lua
Aqui,
Qualquer tostão faz uma festa.
Aqui,
Qualquer maluco é cidadão
Aqui já tá tão bom, se melhorar não presta
Só falta consertar o resto da nação
Valeu,
Lavar o verde e o amarelo
Valeu,
Atravessar noventa e dois
Me beija,
Me dá um gole de cerveja
E o resto deixa pra depois.
É bundalelê
É bundalalá
Vou no vácuo do Suvaco
Até onde me levar.
É bundalelê
É bundalalá
Juntei a tribo
E tô aqui pra anunciar…
Que o Suvaco chegou…

(Lenine e Bráulio Tavares)
Lenine – Voz
Suzano – Pandeiro, Caixa, Surdo, Zambuba, Repique, Língua, Tabla, Agogô E Derbak
Chico Neves – Programação E Edição
Edu Morelenbraun – Clarinete E Clarone
A Suvaqueira:
ANDRÉA, ÂNGELA, BETO, BRÁULIO, BRUNO, BUENO E MARCINHA, CAMILA, CLÉLIA, DENISE, GERALDINHO, JOÃO, LIPIANE, LOBATO, LULA, MOEMA, PAOLA, PEDRÃO, POLITA, ROGERINHO E VIOLETA.
Os braços-bússola do Cristo mostram o caminho das bodas de Caná. A crônica da rua, a química do Rio, com a História do Brasil fazendo um backing-vocal. Seguras e siris, suvacos e simpatias: quem é da nossa tribo não tem medo.

Lá vem a barca
Trazendo o povo
Pra liberdade
Que se conquista
Venceu dragão do mar
Lá vem a barca
Venceu a tempestade
Lá vem a barca
Trouxe pra nossa casa
A força da mocidade
Lá vem a barca…
Pode chover balaço
Lá vem a barca
A noite amanhecer
Lá vem a barca
Marujo não descansa
Enquanto o povo perder
Lá vem a abarca…
Plantar felicidade
Lá vem a barca
Na vida da nação
Lá vem a barca
É coisa de poeta
Navega na contra-mão
Lá vem a abarca
O mar não tá pra peixe
Lá vem a barca
Que some no vazio
Lá vem a barca
O mundo canta comigo
No mote desse navio
Lá vem a barca…

(Pedro Osmar)
Lenine – Voz E Violão
Chico Neves – Programação E Edição
Liminha – Baixo
A Marujada:
ARÍCIA MESS, BACALHAU, BARRÃO, BRÁULIO TAVARES, CABELO, CELÍLIA SPYCER, CHICO CÉSAR, FALCÃO, LULA QUEIROGA, LUIZ ZERBIM, MARCOS E MARCELO LOBATO, MARCELO D2, ORLANDO MORAES, PAULINHO MOSKA, PEDRO LUÍS E SERGINHO MEKLER.
A interface, o elo-perdido com o “Baque Solto”. O vaivém da lançadeira, da barca da cantareira, da máquina do tempo que é surda e pontual. Sou caminho sobre as águas que une portos. Sou a ilha cercada de pontes por todos os lados.