Francisca Oliveira de Lima Costa, a “índia Francisca”, nasceu e cresceu na Terra Indígena Arara do Igarapé Humaitá. Lá, aprendeu a lidar com a floresta com respeito, a partir da perspectiva de seu povo, além de ter contato com suas tradições. Mais tarde, em cursos como o de Ciências da Natureza, na UFAC-Floresta, em Cruzeiro do Sul, ela desenvolveu bagagem acadêmica. Os conhecimentos combinados permitem que ela exerça com segurança – além de muito vigor e bom humor, características marcantes que ela demonstra no instante em que chega – o trabalho de coordenadora do Território Indígena.
Criado pela Associação Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC), o projeto faz ações voltadas à conservação e ao uso sustentável dos recursos naturais, e também à vigilância dos territórios indígenas. Seus agentes trabalham com manejo, educação ambiental, a questão do lixo nas aldeias, a criação de pequenos animais e sistemas agroflorestais.
– Quando o edital Petrobras Socioambiental foi publicado, tivemos a ideia de inscrever o projeto Território indígena. Afinal, era uma ação que já fazíamos, e o apoio iria complementar o trabalho da AMAAIAC nas terras indígenas com relação à gestão territorial e ambiental – conta Francisca.
A vida de gestora impõe uma série de compromissos à Francisca, mas ela nunca tira os pés da terra:
– Trabalho muito tanto na gestão politica do escritório como nas terras indígenas – conta. – Ministro minicursos para os indígenas, cuido de meus três filhos… Enfim, defendo a política de educação escolar indígena em nosso Acre, e uma educação ambiental de qualidade, porque isso é o nosso bem viver.
Projeto Anfitrião:
Apae em Ação Cruzeiro do Sul e Gestão indígena
O projeto Apae em Ação, promovido pela Apae de Cruzeiro do Sul, trabalha pelo desenvolvimento das habilidades cognitivas de seus alunos a partir da instalação de Salas Ambientes Temáticas (SATs), onde eles participam de projetos educacionais, culturais e desportivos.
O projeto Gestão Indígena incentiva o plantio de mudas e comercialização de castanha, buriti, entre outros produtos que garantem a segurança alimentar dos povos locais. Ao todo, suas ações protegem cerca de 322 mil hectares de floresta com ajuda de povos indígenas.