abril . 2018

Oráculo: Alexandre Pontes

Recife

Ao passo que Lenine coleciona canções e orquídeas, o analista de sistemas e empresário Alexandre Pontes coleciona…Lenine. O recifense de 39 anos, pai de Bernardo e Malu, marido de Katiuza, é detentor de um acervo de mais de 84 títulos entre Cds e Dvds físicos – o que compreende todas as edições dos discos do cantautor. Só de Olho de Peixe ele tem sete exemplares: das cinco tiragens brasileiras e duas japonesas. Além dos álbuns, Alexandre guarda uma infinidade de posters, singles, publicações, vídeos de participações em TV e festivais. São pérolas com as quais frequentemente são presenteados os fãs do Ão, o fã clube oficial do artista.

Pontes é aquele cara “de exatas” super “de humanas”. A música, claro, vem do berço:

– Além de me “divertir” com softwares, tenho outros focos: sou um amante da música, por exemplo. Acho que isso eu herdei de meu pai, que ouvia muita música em casa. Tínhamos muitos vinis LP’s e compactos, com os quais eu brinquei bastante como se fossem “discos voadores” jogando-os em cima do telhado (risos). Gostava muito daquela coisa de trocar o lado do disco e de interagir com o aparelho de som – conta Pontes.

Técnico em eletrônica e analista de sistemas, Alexandre hoje é empresário na área de softwares e sócio da 3A Tecnologia, em Pernambuco. Talvez venha dessa aptidão para organização de dados sua paciência para criar e atualizar, praticamente em tempo real, um banco de informações tão completo. Para Lenine, aliás, Alexandre é até mais informado sobre sua carreira do que ele mesmo – e dessa observação constante surgiu até disco novo:

– O Pontes me mandou uma lista de umas trinta canções que fiz e nunca havia gravado num disco meu e eu nem tinha me dado conta disso. Eram muitas. Daí surgiu o disco .Doc/Trilhas – conta o compositor. O álbum reúne músicas feitas por Lenine para espetáculos de teatro e dança, cinema, novelas, comerciais, entre outros, e teve como single o sucesso “Aquilo que dá no coração”. E rendeu uma nova turnê, logo após Labiata.

Mas afinal, como Alexandre tornou-se efetivamente um colecionador? A resposta é com ele:

– Aconteceu naturalmente, inicialmente pela vontade de ouvir cada um dos álbuns e quando me dei conta, já era! A coleção começou com as versões nacionais dos álbuns dele. Daí, passei a comprar os singles nacionais e as edições internacionais que saíram no Japão e na Europa em geral. Em seguida, os compactos e álbuns de outros artistas em que ele participou, revistas, jornais, posters de shows fora do país, programas de shows fora do país, camisetas, credenciais, áudios de entrevistas e shows transmitidos por rádios… Depois, vieram os discos de artistas que regravaram músicas dele, entrevistas/participações em programas de TV, os setlists dos shows em que fui e aí tudo foi crescendo exponencialmente. Resolvi parar pra analisar o que já tinha armazenado e alinhei o que eu iria colecionar/catalogar e como organizar tudo isso.

Alexandre conta que fazem parte dessa coleção uma série de jornais originais de 1983 a 1995, materiais dos lançamentos de Baque Solto e Olho de Peixe, todas as edições de todos os discos, às vezes só por conta da embalagem ou mesmo uma faixa-bônus diferente. Ele guarda até mesmo artigos dos tempos de Flor de Cactus e Nós & Vós, primeiros grupos de Lenine. Materiais muitas vezes doados por amigos.

O empresário deixa claro que não é monotemático e escuta de tudo. Ele ouve Lenine todos os dias – “é a coisa mais natural do mundo”. Mas Pontes também fez suas pontes: passou a admirar e colecionar discos dos parceiros do cantautor. “Foi uma reação em cadeia”, diz. São mais de 200 discos dos quais Lenine participa, e títulos de seus parceiros como Carlos Malta, Ivan Santos, Marcos Suzano, Guinga, Jaguaribe Carne, Braulio Tavares, Dudu Falcão, Lula Queiroga, Silvério Pessoa, Vulgue Tostoi, Carlos Posada e tantos outros.

 

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